terça-feira, 17 de agosto de 2010

A Serra do Mar de floresta ainda exuberante.


Essas montanhas que conheço tanto, no seu íntimo, suas trilhas, rios e cachoeiras.
Essas montanhas, de florestas, que por vários séculos foram pilhadas de suas riquezas materiais e suportou ainda a poluição vinda das indústrias de Cubatão, hoje um pouco mais amenas. Que suporta ainda hoje, a mão devastadora do homem que insiste em agredi-la com seus machados e foices afiadas, deixando cicatrizes incuráveis.
Essas montanhas que todo dia recebe em sua base, invasores que degradam, e, com sua ganância, vai subindo suas encostas deixando-a nua.
Por longos anos, caminhei dentro dela, defendendo-a dos agressores, a tratei como alguém que a gente ama muito.
Por ela dei meu suor, minha devoção e muitas vezes minha dor.
Quando dela eu saia, não via a hora de retornar, porém, o destino quis que eu seguisse outros caminhos na vida e tive que deixá-la.
A Serra do Mar, essa majestosa senhoras de milhares de anos, guarda em seu interior as mais belas aves e animais que, incessantemente são perseguidos, capturados ou mortos para satisfazer a sanha bestial do homem.
Essa Serra que guarda em seu seio, o líquido mais precioso para a vida, a água, que como veias brotam de seu interior e vai percorrendo seu corpo em direção ao mar e, em seus cursos, o homem, sempre o homem, a maltrata, jogando seus dejetos e lixos domésticos, poluindo e matando sua fauna.
Apesar disso tudo, a Serra do Mar, forte como é, está bela, sorridente, e de braços abertos, para acolher todo ano, a Primavera.

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